Tendências de RH para 2026: confira as principais
Em entrevista exclusiva, a palestrante Helena Brochado compartilha o que estará em alta no próximo ano e como o setor pode se preparar

A cultura organizacional tem passado por grandes mudanças nos últimos anos. As empresas estão revendo suas formas de liderar, comunicar e cuidar dos colaboradores, enquanto o RH ganha um papel cada vez mais estratégico nesse processo.
Para entender o que estará em alta no próximo ano, o blog da Metadados conversou com Helena Brochado, palestrante e consultora, sobre as principais tendências de RH para 2026 e como as empresas podem se preparar para esse novo cenário.
Boa leitura!
Entrevista com Helena Brochado
Metadados: Na sua opinião, quais são as principais tendências de RH que realmente irão se consolidar em 2026, e por quê?
Helena: A tendência dos RHs é se tornarem cada vez mais uma área focada em retenção de talentos e menos em seleção. Estamos observando um movimento de evasão de colaboradores que buscam mais qualidade de vida, e os RHs têm assumido um papel essencial nesse desafio. As áreas de seleção continuam importantes, mas o foco passa a ser reter pessoas, especialmente diante da escassez de mão de obra em diversos setores.
Metadados: Um dos movimentos apontados é a descentralização do poder, com menos camadas de chefia e mais autonomia para os times. Como você enxerga essa mudança?
Helena: Estamos percebendo que as empresas estão mais achatadas em termos de hierarquia, o que não significa que as carreiras não possam acontecer de forma horizontal. Por isso, é importante criar grupos em que pessoas de diferentes áreas possam cocriar projetos. Mais do que nunca, o trabalho em equipe é o espaço onde a hierarquia perde importância e o foco nos resultados se torna decisivo. O RH tem um papel essencial na construção e no fortalecimento dessa cultura colaborativa.
Metadados: Com a saúde psicossocial se tornando obrigação legal a partir de 2026, qual é o impacto que você espera da alteração da NR-1 nas empresas?
Helena: As empresas que já se preocupam com a saúde emocional não serão impactadas. Essas organizações apenas precisarão organizar suas documentações, para que quando o Ministério do Trabalho realizar uma auditoria, tenham tudo pronto para apresentar. Por outro lado, as empresas que nunca olharam para esse tema e focaram apenas no lucro serão as mais impactadas. Elas terão que rever não apenas seus processos de entrega, mas principalmente sua cultura de gestão e relacionamento com as pessoas.
Metadados: E, na prática, o que os líderes podem fazer no dia a dia para apoiar a saúde mental dos colaboradores?
Helena: O gestor precisa dar feedback e conversar, mas muitas vezes me pergunto se todos têm a consciência do poder que exercem na vida dos profissionais. Quando o gestor toma consciência de sua responsabilidade em transformar pessoas, ele também se transforma. A aplicação da NR-1 será muito mais natural para líderes com essa percepção. Desenvolver liderança, autoconhecimento e entender que vulnerabilidades também são forças é essencial para lidar com os desafios do presente.

Metadados: A inteligência artificial vem ganhando cada vez mais espaço no RH. Como as empresas podem começar a usar a IA no dia a dia sem perder o lado humano?
Helena: Nada substitui o olho no olho, a troca e a interação. A inteligência artificial vem para simplificar processos repetitivos, que não exigem a presença humana por trás. Por isso, as soft skills ganham ainda mais importância. São elas que fortalecem nossos relacionamentos, desenvolvem a inteligência emocional e ajudam a criar ambientes com mais segurança psicológica. E isso não é responsabilidade apenas do RH ou da gestão, torna-se uma necessidade de todos.
Metadados: O recrutamento guiado por competências vem ganhando força. Por que é importante olhar além do currículo tradicional e focar nas competências de um candidato?
Helena: Com a inteligência artificial cada vez mais presente, as soft skills passam a ter ainda mais peso nos processos seletivos. Por isso, é preciso ficar atento a competências como escuta ativa, a presença intencional dentro dos projetos e o olhar atento para o outro. Sem esquecer da diversidade, é com as relações e trocas de pensamentos que temos a capacidade de alcançar resultados cada vez melhores.
Metadados: Se você tivesse que resumir em um único conselho como os profissionais de RH podem se preparar para essas mudanças até 2026, qual seria?
Helena: O conselho é que um RH estratégico é um RH útil. Entenda o propósito da sua empresa e conecte-o com todas as mudanças que estão acontecendo na sociedade e na legislação. Seja um RH ousado, no sentido de ser um propulsor de transformações positivas. O RH não pode ser acomodado nem apenas obedecer. Ele precisa propor, inspirar e atuar como um agente de mudança, capaz de conectar setores e pessoas em torno do propósito da organização.
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