Já ouviu falar em demissão silenciosa? Saiba o que é
Cada vez mais presente nas empresas, a prática afeta a produtividade e prejudica o clima organizacional

Com o passar do tempo, o mercado de trabalho se transforma e, com isso, surgem novos desafios. Um deles é o aumento da ocorrência da chamada demissão silenciosa, ou Quiet Quitting, uma situação que deve estar no radar do profissional de RH.
Normalmente, a causa principal desse tipo de demissão é a falta de motivação do colaborador em realizar as suas tarefas. A empresa, nesse momento, precisa reavaliar suas condutas e investir em formas de contornar a situação. Mas isso só é possível quando há uma preocupação genuína com as pessoas. Caso contrário, pode passar despercebido e ser tarde demais.
Para falar sobre esse assunto, nós da Metadados – especializada em sistemas para a gestão de Recursos Humanos – preparamos este artigo em que vamos conhecer o que é a demissão silenciosa, como identificar os seus sinais e o que o RH pode fazer para evitar que aconteça.

O que é demissão silenciosa?
A demissão silenciosa, também conhecida pela expressão em inglês “quiet quitting”, à primeira vista, pode parecer o que não é. Ou seja, se você pensou se tratar de, literalmente, desligar-se do emprego silenciosamente ou ser demitido de forma discreta, se enganou.
Na realidade, quando falamos de demissão silenciosa, estamos falando de um colaborador que reduz as suas tarefas profissionais apenas ao que é estritamente necessário. Ou seja, apenas faz aquilo que é dado como sua obrigação.
Em outras palavras, o funcionário que opta por essa atitude realiza as responsabilidades que a sua função exige e nada mais. Ou seja, sem se preocupar se pode contribuir de outras formas para um melhor ambiente corporativo e para o crescimento da empresa como um todo.
Além disso, o colaborador não se esforça em melhorar os processos em que está inserido, evitando aperfeiçoamentos de qualquer tipo e, então, optando pela estagnação. Em outras palavras, entrega resultados abaixo daqueles que poderiam ser entregues.
Esse tipo de comportamento pode acontecer mais comumente, a partir do momento em que o colaborador não se sente mais satisfeito com as práticas da empresa, não se identificando mais com ela. Por isso, intencionalmente trabalha de maneira menos produtiva.
Quais são os sinais de demissão silenciosa?
O setor de RH e as lideranças precisam observar com atenção se sinais de demissão silenciosa estão presentes na conduta dos colaboradores e dentro das equipes. Para isso, foram identificados alguns traços que são um indício de que esse tipo de atitude está ocorrendo.
Quem pratica o quiet quitting, por exemplo, tende a apresentar uma redução do nível de produtividade em relação ao que já apresentou no passado. Além disso, interage de forma limitada com os colegas, demonstra apatia em relação às situações e aparenta grande desinteresse geral.
É importante manter-se em observação para que os sinais não se agravem e evoluam para cenários de conflito, sensação de constrangimento coletivo e prejuízos ao clima organizacional.
Contudo, antes que isso aconteça, o RH pode atuar a partir de ferramentas de gestão especializadas, com o objetivo de prevenir esse movimento.
Uma dessas ferramentas é o Vibe, o sistema da Metadados que entrega a melhor experiência de relacionamento entre líderes e times.
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O que leva um colaborador a praticar o Quiet Quitting?
São diversas as condições que podem levar um colaborador a praticar a demissão silenciosa. Entre as principais, estão:
- Feedbacks injustos;
- Liderança desrespeitosa e parcial;
- Falta de reconhecimento;
- Sobrecarga de trabalho;
- Ausência de plano de carreira;
- Discrepância entre valores pessoais e empresariais.
Essas situações acabam por desencadear nos colaboradores sentimentos como frustração, cansaço e esgotamento emocional, que podem se acumular e provocar o quiet quitting, indicando a urgência da necessidade de ajustes na gestão de pessoas da empresa.
Dessa maneira, além de observar com atenção se há a presença dessas falhas, ao time de RH também cabe olhar com profundidade qual é a realidade da organização, ou seja, entender a causa principal dessas demissões.
Em muitos casos, a forma com que a liderança trata seus liderados é um dos fatores mais importantes.
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Loud Quitting: conheça a demissão "barulhenta"
Ao contrário do quiet quitting, o loud quitting, ou “demissão barulhenta”, é um fenômeno que ganhou força com a Geração Z, mas que reflete uma insatisfação antiga no ambiente de trabalho. A diferença é que, agora, essa insatisfação é expressa de forma pública e direta, e muitas vezes nas redes sociais.
O que é o loud quitting?
Assim, o loud quitting acontece quando um profissional decide sair do emprego e, ao invés de apenas notificar a demissão ao RH ou aos gestores, compartilha abertamente os motivos da sua saída. Esses motivos geralmente são desrespeito, sobrecarga, cultura tóxica ou falta de reconhecimento.
Acontece que as manifestações podem ocorrer até mesmo nas redes sociais, em posts no LinkedIn, por exemplo. O que prejudica muito a imagem da empresa como boa empregadora, e por isso tem relação direta com o RH.
Alguns dados interessantes, e que podem ajudar a entender o fenômeno:
- De acordo com uma pesquisa da plataforma de empregos Indeed, quase 60% dos profissionais afirmam se sentir estressados na maior parte do tempo, e só 1 em cada 5 diz estar realmente prosperando no ambiente de trabalho.
- Uma mesma pesquisa da Gallup, que conversou com mais de 120 mil funcionários em diferentes locais do mundo, mostrou que 59% deles fazem parte do grupo do quiet quitting, enquanto 18% estão no loud quitting;
- Outra pesquisa, essa realizada pela Adobe, revelou que 74% dos trabalhadores da Geração Z estão confortáveis em fornecer feedback direto a seus supervisores, e quase 90% estão dispostos a discutir sua satisfação no trabalho.
Mas por que isso acontece?
Sabemos que cada geração tem uma característica própria, e com a Geração Z isso não é diferente. Esses profissionais valorizam autenticidade, propósito e bem-estar no trabalho. Muitos deles, inclusive, estão dispostos a deixar empregos que não atendem a essas expectativas.
Contudo, vale dizer que, embora o loud quitting seja associado à Geração Z, comportamentos semelhantes já existem há muito tempo, mesmo em gerações anteriores. Talvez apenas tivessem um nome diferente ou, principalmente, menos visibilidade.
A principal diferença desse tipo de demissão está na forma como ela é comunicada e compartilhada, principalmente com a presença das redes sociais, que amplificam essas ações.

Demissão e saúde mental: o que tem a ver?
Tanto a demissão silenciosa quanto a demissão barulhenta são práticas que vêm crescendo nos últimos anos, muito por conta de uma mudança de mindset que a geração Z, a que ocupa cada vez mais as vagas no mercado de trabalho, trouxe.
Esses profissionais priorizam a qualidade de vida e a saúde ocupacional (física e mental), e por isso demissões deste tipo acabam sendo um meio que essa geração encontrou para colocar limites quando sentem que a empresa não investe como deveria no bem-estar dos funcionários.
Tal comportamento “não fecha” com o excesso de trabalho e as longas horas extras, enaltecidos por líderes e liderado por muito tempo, como atitudes positivas e quase que obrigatórias para a permanência na empresa.
Atenção às taxas de Burnout, estresse e ansiedade
Muitos colaboradores dessa nova geração acreditam que crises de ansiedade, síndrome de Burnout, estresse e cansaço excessivo não precisam e nem devem estar atrelados à sua carreira profissional.
Para eles, essas consequências negativas e seus efeitos colaterais, como bloqueios de criatividade e falta de motivação, não são tolerados com a mesma facilidade de antigamente.
Importante dizer que os nativos digitais também não abrem mão de cumprir suas tarefas com excelência - já que em geral possuem conhecimento técnico de alto nível – porém precisam ter seus limites respeitados.
Assim, ao se depararem com uma cultura organizacional que vangloria uma exaustiva rotina de trabalho, muitos acabam optando pela demissão silenciosa a fim de conseguirem se preservar até conquistarem uma vaga em outro local.
Sobre esse ponto, vale destacar que as demais gerações estão aprendendo a lidar com uma nova forma de trabalhar, assim como as empresas também estão buscando se ajustar a novas realidades.
Ou seja, esse é um processo gradual, que exige uma construção conjunta. Ele não acontece do dia para a noite, e também não está atrelado a uma única geração.

O que o RH pode fazer para evitar o Quiet Quitting
Quando se percebe que há adesão à demissão silenciosa, a recomendação é criar alternativas para que o ambiente se torne um local onde o colaborador tenha vontade de permanecer e se desenvolver.
Além disso, é importante que seja estimulada uma comunicação transparente, com abertura para ouvir os relatos dos profissionais sobre seus desejos, medos e dificuldades.
Uma prática recomendada são as conversas one-on-one, ou conversas de alinhamento, entre líder e liderado, que podem ajudar a entender o que o colaborador está passando ou no que ele precisa de ajuda. Desse modo, uma insatisfação silenciosa pode ser percebida antes que seja tarde.
Além disso, existem estratégias e ferramentas para diagnosticar, mitigar os efeitos do quiet quitting e, em alguns casos, até reverter o quadro. São elas:
Revisão de cargos e salários
Revisar a descrição de cargos para analisar se há profissionais que possuem cargos que estão desalinhados à remuneração, levando em conta ainda a influência de aspectos como faixa salarial por experiência e atuação.
Avaliação de desempenho
A avaliação de desempenho ajuda a analisar como se deu a trajetória profissional do colaborador, conhecendo melhor seus pontos fortes e aqueles que devem ser melhorados.
A ideia é concluir se a estagnação ou baixo rendimento tem como causa problemas pessoais ou uma real desconexão com a cultura do negócio.
Pesquisa de clima
Para entender como está o clima interno e qual é a visão dos colaboradores sobre as relações estabelecidas, o ambiente de trabalho, a motivação e o engajamento, além de identificar se sofrem sobrecarga ou pressão excessiva.
Vale dizer que a atuação da liderança e o que enxergam de possíveis soluções também podem ser questionados.
Investimento nas pessoas
Realizar ações que tenham como foco fazer com que os colaboradores voltem a se sentir parte da empresa. Algumas delas são: benefícios flexíveis, educação continuada, treinamento e desenvolvimento e mentoria de carreira. São estímulos também para a retenção de talentos.
Conclusão
A demissão silenciosa é apenas a “ponta do iceberg”, já que, acima de tudo, a questão principal é o cuidado que a empresa tem com as pessoas que trabalham diariamente nela. É fato que de nada serve ter na parede um quadro lindo com valores maravilhosos se, na prática, a história é outra.
Então, o olhar deve ser sempre voltado para os colaboradores e como eles se sentem no ambiente de trabalho, porque, desta forma, pode ser evitada grande parte dos problemas que acontecem.
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