Gestão de Pessoas5 de dezembro de 2025

Síndrome de Burnout: como evitar na sua empresa

Saiba como rotinas desgastantes podem interferir na saúde física e mental

Síndrome de Burnout: como evitar na sua empresa

A Síndrome de Burnout é um problema global que afeta pessoas de todas as etnias, classes sociais e profissões.

De acordo com levantamentos feitos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 90% da população mundial relata sofrer com estresse em seu dia a dia. A longo prazo, esse problema pode gerar questões como ansiedade, depressão e doenças por transtornos, incluindo a Síndrome de Burnout.

Além disso, segundo dados do Ministério da Previdência Social, os afastamentos do trabalho por transtornos mentais dobraram nos últimos dez anos no Brasil, o que mostra um problema crescente na saúde mental trabalhista.

Neste artigo, produzido pela Metadados – empresa que desenvolve sistemas completos de RH – você saberá melhor o que é a Síndrome de Burnout e como o RH pode evitar este problema nas empresas.

O que é a Síndrome de Burnout?

A Síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psicológico resultante do estresse crônico no ambiente de trabalho.

Traduzindo do inglês, "burn" quer dizer queima, e "out", exterior. Na CID-11, o burnout é descrito como uma síndrome originada no estresse do ambiente de trabalho, e demonstra três critérios que se sobrepõem:

  • exaustão;
  • distanciamento ou cinismo em relação ao trabalho;
  • redução da eficácia do trabalho, ou seja, da produtividade.

Ele também pode ser descrito como um sentimento de incompetência, muitas vezes resultado da desvalorização pessoal e profissional.

Burnout é considerado doença ocupacional?

Desde 1º de janeiro de 2022, a Síndrome de Burnout passou a ser considerada doença ocupacional, após a sua inclusão na Classificação Internacional de Doenças (CID-11) da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Na prática, isso significa que estão previstos os mesmos direitos trabalhistas e previdenciários assegurados no caso das demais doenças relacionadas ao emprego.

Os profissionais mais propensos a desenvolver a Síndrome de Burnout são aqueles que estão constantemente expostos a altos níveis de pressão, exigências elevadas e sobrecarga de trabalho.

Profissionais de áreas como Saúde, Educação, Assistência Social e Recursos Humanos, entre outras que demandam um alto nível de envolvimento emocional, são particularmente suscetíveis.

Burnout: sintomas para estar de olho no trabalho

Os sintomas da Síndrome de Burnout podem variar de pessoa para pessoa, mas alguns sinais comuns incluem:

  • Exaustão física e mental constante;
  • Falta de energia e motivação;
  • Dificuldade de concentração e memória reduzida;
  • Irritabilidade e isolamento social;
  • Sentimento de incompetência e baixa autoestima;
  • Insônia ou distúrbios do sono;
  • Queda no desempenho profissional;
  • Dores de cabeça e problemas gastrointestinais;
  • Aumento da frequência de doenças físicas, como gripes e resfriados;
  • Mudanças de apetite, como perda ou ganho de peso.
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Quais são as 3 fases da síndrome de burnout no trabalho

Como já mencionamos, o burnout no trabalho é caracterizado por três dimensões principais. São elas:

1. Exaustão emocional

Costuma ser a dimensão mais evidente da Síndrome de Burnout e está relacionada à sensação de esgotamento emocional, perda de energia e desgaste psicológico.

As pessoas afetadas podem sentir-se emocionalmente drenadas, incapazes de lidar com as demandas do trabalho e apresentar dificuldades para se conectar emocionalmente com os outros.

2. Despersonalização

Nessa dimensão, ocorre um distanciamento das relações interpessoais no ambiente de trabalho. Quem é afetado costuma ter uma atitude negativa, cínica e despersonalizada em relação aos colegas, clientes ou pacientes.

Também podem ocorrer comportamentos de indiferença, sarcasmo e desrespeito, prejudicando a qualidade das interações e afetando o clima organizacional.

3. Pouca realização profissional

Essa dimensão está relacionada à percepção de incompetência, falta de realização e insatisfação com as conquistas profissionais.

A pessoa afetada pelo burnout passa a questionar sua eficácia no trabalho, sente-se desvalorizada e experimenta uma queda na motivação e no senso de propósito.

A falta de reconhecimento e recompensa pelo esforço despendido também pode agravar esse sentimento de frustração.

Por outro lado, uma liderança humanizada, que preste atenção às necessidades dos colaboradores, pode ajudar a reverter esse quadro.

Para saber mais, confira este episódio do Talks da Metadados com a convidada Ana Laura Paraginski.

Quanto tempo pode durar um Burnout?

A duração do burnout pode variar de pessoa para pessoa. Em alguns casos, pode ser uma condição transitória, enquanto em outros pode tornar-se crônica.

A gravidade dos sintomas, a capacidade de lidar com o estresse e a busca por tratamento adequado são fatores determinantes para a recuperação.

É importante ressaltar que a Síndrome de Burnout não é apenas um "dia ruim" ou um período de estresse temporário.

Se não for tratada adequadamente, pode persistir e afetar significativamente a qualidade de vida, o desempenho profissional e a saúde física e mental do colaborador.

Em resumo: o Burnout é uma doença e os seus sintomas não devem ser minimizados, nem no meio corporativo, nem fora dele.

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Quanto tempo de afastamento por burnout?

Como mencionamos, desde 2022 a Síndrome de Burnout é reconhecida como doença ocupacional, garantindo ao trabalhador direito ao afastamento pelo INSS, mediante atestado médico e laudos.

Nos primeiros 15 dias, o afastamento é responsabilidade da empresa; depois, o benefício passa a ser pago pelo INSS.

Não há um tempo padrão de recuperação, varia conforme o caso, podendo durar semanas ou meses. O importante é que o retorno ao trabalho seja feito de forma gradual, sempre com acompanhamento médico e com o apoio da empresa para evitar recaídas.

Como é feito o diagnóstico de Burnout?

O diagnóstico da Síndrome de Burnout deve ser realizado por um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra.

Geralmente, ele é feito a partir da avaliação dos sintomas relatados, considerando os critérios estabelecidos pelos manuais de classificação de doenças, como o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5).

O profissional realizará uma sessão inicial para obter informações sobre o histórico do paciente, seus sintomas, o impacto no trabalho e nas demais áreas da vida. Além disso, poderão ser utilizados questionários e escalas de avaliação para auxiliar no diagnóstico.

É muito importante ressaltar que o acompanhamento com o profissional deve ser contínuo, para que ele possa avaliar a evolução da doença e seus sintomas.

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Diferença entre o Burnout e outras doenças ou transtornos mentais

Embora a Síndrome de Burnout compartilhe alguns sintomas com outras condições, como a depressão e a ansiedade, é importante entender as diferenças entre elas. A principal distinção reside no contexto em que os sintomas surgem.

A Síndrome de Burnout está diretamente relacionada ao ambiente de trabalho e ao estresse ocupacional crônico.

Os sintomas geralmente se manifestam durante ou após períodos prolongados de trabalho intenso, pressão excessiva e falta de recursos psicológicos para lidar com as demandas profissionais.

Por outro lado, a depressão e a ansiedade podem ter causas mais abrangentes, como predisposição genética, traumas passados, fatores biológicos ou até desequilíbrios químicos no cérebro.

Além disso, o Burnout tem características específicas, como a exaustão emocional e a despersonalização, que não estão presentes em outros transtornos mentais.

Síndrome de Burnout ou Fadiga Ocupacional?

Por exemplo: embora a Síndrome de Burnout e a fadiga ocupacional compartilhem sintomas como o cansaço extremo e a redução no desempenho, elas não são a mesma coisa.

A fadiga ocupacional é um estado de esgotamento físico e mental, frequentemente reversível com descanso adequado e mudanças na rotina de trabalho.

Já a Síndrome de Burnout é uma condição clínica reconhecida como doença ocupacional, que envolve não apenas a exaustão, mas também alterações emocionais profundas, como despersonalização e o sentimento de baixa realização pessoal e profissional que citamos anteriormente.

Ou seja, enquanto a fadiga no trabalho pode ser um alerta inicial para sobrecarga, o burnout é uma doença, caracterizada por um estado de estresse crônico e contínuo, e exige intervenção profissional e tratamento.

Burnout no home office: como lidar?

Com a popularização do trabalho remoto, a Síndrome de Burnout também passou a ser observada nesse contexto.

Embora o home office possa oferecer certas vantagens, como flexibilidade e conforto, também apresenta desafios específicos que podem contribuir para o desenvolvimento do burnout.

A ausência de uma separação clara entre trabalho e vida pessoal, a pressão para estar sempre disponível, a dificuldade de estabelecer limites, a falta de interação social presencial e a sobrecarga de tarefas são alguns dos fatores que podem aumentar o estresse e levar à exaustão emocional.

Para prevenir o burnout no home office, é necessária uma rotina equilibrada, com horários definidos para trabalho e descanso, criar um espaço dedicado ao trabalho, praticar pausas regulares e manter uma comunicação clara e assertiva com a equipe.

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Como tratar a Síndrome de Burnout?

O tratamento da Síndrome de Burnout envolve uma abordagem multidisciplinar, com a participação de profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras.

O objetivo principal é promover o bem-estar emocional, físico e social, além de restaurar a funcionalidade e a qualidade de vida do colaborador.

Entre as estratégias de tratamento, a principal delas é a psicoterapia, independentemente da abordagem psicológica utilizada pelo profissional.

Qualquer uma delas consegue auxiliar na questão, estimulando o paciente para que ele consiga reestruturar o seu psiquismo para a nova realidade e evitar que sofrimentos maiores sejam causados.

Além disso, medidas de autocuidado são essenciais, como praticar exercícios físicos regularmente, adotar técnicas de relaxamento, cuidar da alimentação e do sono, estabelecer limites saudáveis, buscar suporte social e dedicar tempo a atividades prazerosas e hobbies.

Conclusão

Como vimos, a Síndrome de Burnout é uma realidade que afeta muitos profissionais em diferentes setores. É fundamental reconhecer seus sintomas, buscar ajuda o quanto antes e adotar medidas de prevenção tanto no âmbito pessoal quanto organizacional.

Lembre-se: a saúde e o bem-estar dos colaboradores são essenciais para o sucesso e a sustentabilidade de qualquer negócio.

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Conheça quem escreveu o artigo

  • Andressa Lamb de Souza
    Andressa Lamb de Souza

    Andressa é psicóloga e pós-graduanda em Psicanálise e Saúde Mental. É formada em Aconselhamento Psicológico e especializada em Psicologia Organizacional. Atua há mais de 3 anos na Metadados e hoje é Analista de RH, com foco em Gestão de Pessoas, recrutamento e seleção, desenvolvimento de carreiras e endomarketing.

  • Róger Ruffato
    Róger Ruffato

    Jornalista com 15 anos de experiência em produção de reportagens para TV, rádio e jornal. Também já desempenhou os papéis de assessor de imprensa e gestor de mídias sociais. Atualmente tem seus estudos voltados à área do Marketing e atua como produtor de conteúdo na Metadados, onde escreve sobre as novidades do universo de Recursos Humanos.

  • Bruna Valtrick
    Bruna Valtrick

    Bruna é jornalista, produtora de conteúdo e estudante de Filosofia, especializada em SEO e Marketing de Conteúdo, e com 10 anos de experiência em redação de textos. Na Metadados, cria conteúdos estratégicos e sempre atualizados sobre Recursos Humanos.

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