O que é o Efeito Pigmaleão e como aplicar na sua empresa
Como a crença no potencial das pessoas pode transformar o desempenho no trabalho

Você já parou para pensar em como as expectativas que temos sobre alguém podem impactar diretamente o desempenho dessa pessoa? No mundo da psicologia, isso se chama Efeito Pigmaleão.
Em outras palavras: quando alguém acredita que você é capaz, você tende a se sair melhor. Nas empresas, esse fenômeno acontece com mais frequência do que imaginamos, especialmente quando falamos de liderança, gestão de equipes e desenvolvimento de pessoas.
Neste artigo, nós da Metadados, empresa que desenvolve sistemas de RH, vamos explicar o que é o Efeito Pigmaleão, como ele pode influenciar no desempenho de colaboradores e, principalmente, como o RH pode ajudar a criar um ambiente mais justo, motivador e produtivo.
O que é o Efeito Pigmaleão?
Também conhecido como efeito Rosenthal, o Efeito Pigmaleão é uma teoria da psicologia que descreve como as expectativas de uma pessoa, especialmente de figuras de autoridade, podem influenciar o comportamento e o desempenho de outra.
É como se, inconscientemente, ajustássemos nosso comportamento para corresponder ao que os outros esperam de nós.
Essa ideia ficou famosa com os estudos de Robert Rosenthal, que demonstraram como professores que acreditavam mais em determinados alunos acabavam, sem perceber, tratando-os de forma diferente. Como consequências indireta, esses alunos se saiam melhor.
De onde vem o termo?
O termo Pigmaleão vem da mitologia grega. Na lenda, Pigmaleão era um escultor obcecado por criar a mulher perfeita. Depois de muito tentar, ele esculpiu uma estátua tão bela que acabou se apaixonando por ela. O mito é uma metáfora poderosa sobre criar algo a partir daquilo que se acredita, mesmo que inicialmente não exista.
A analogia é clara: assim como Pigmaleão acreditava na perfeição da sua criação, líderes que acreditam no potencial de suas equipes tendem a moldar realidades mais positivas, mesmo sem perceber.
Efeito Pigmaleão nas empresas
Nas organizações, esse fenômeno se manifesta quando líderes, gestores ou colegas demonstram acreditar no potencial de um colaborador. Essas expectativas, ainda que implícitas, afetam diretamente o engajamento e o desempenho.
Veja alguns exemplos práticos:
- Um gestor acredita que determinado funcionário tem "perfil de liderança" e começa a incentivá-lo mais. O colaborador, motivado, se esforça e cresce;
- Por outro lado, outro profissional com perfil técnico, mas mais reservado, pode ser constantemente subestimado, e isso mina sua autoconfiança, fazendo com que ele desempenhe abaixo de suas capacidades.
Esse ciclo de expectativas e respostas pode ser altamente produtivo, ou injustamente limitante.
Efeito Golem e Efeito Kolher, e como se relacionam com o Pigmaleão
Como já explicamos, os impactos do Efeito Pigmaleão no dia a dia das empresas pode ser significativo. Afinal, quando as expectativas são positivas e bem comunicadas, os colaboradores:
- Sentem-se mais motivados e valorizados;
- Buscam se desenvolver e assumir novos desafios;
- Entregam melhores resultados;
- Constroem mais confiança com suas lideranças.
- Queda no engajamento;
- Medo de errar ou se expor;
- Sentimento de exclusão;
- Desempenho abaixo do potencial real.
Além disso, há o que chamamos de Efeito Kolher. Enquanto o Pigmaleão atua no individual, o Kolher atual no social. Ele ocorre quando pessoas menos habilidosas ou com desempenho mais baixo se esforçam mais ao trabalhar em grupo, especialmente se o sucesso depender da performance de todos.
A ideia aqui é “não quero ser o elo fraco da equipe”. Por isso, em muitos casos o colaborador acaba se cobrando demais. Esse sentimento pode ser reforçado ou não pela liderança, causando efeitos positivos ou negativos, a depender da abordagem.

O papel do RH: como transformar expectativas em resultados
O RH pode ter um papel fundamental para tornar o Efeito Pigmaleão um aliado, e não uma armadilha. Aqui estão algumas práticas que podem ajudar:
Promova o alinhamento de expectativas
Expectativas que não estão claras geram insegurança. Quando líderes e equipes sabem exatamente o que se espera delas, há mais foco, propósito e segurança psicológica.
Em um grupo, por exemplo, se um líder tem altas expectativas sobre todos os membros da equipe, isso pode potencializar o Efeito Köhler, levando os menos experientes a se esforçarem ainda mais, não só para não "ficar para trás", mas também para corresponder às expectativas.
O ideal aqui é estimular sempre um diálogo aberto e ter objetivos bem definidos, auxiliando a equipe a se sentir mais confiante.
Capacite líderes para reconhecer seus vieses
Nem sempre é fácil perceber quando estamos tratando alguém com mais ou menos confiança. Promover treinamentos sobre vieses inconscientes pode ajudar gestores a perceberem como pequenas atitudes diárias moldam o clima e os resultados da equipe.

Ofereça feedbacks regulares e construtivos
Feedbacks bem estruturados reforçam o reconhecimento e mostram que o desenvolvimento é contínuo. Mais do que corrigir, o feedback deve apoiar a evolução.
Invista em treinamentos e desenvolvimento
Treinamentos adequados ajudam a reforçar a autoconfiança dos colaboradores, além de prepará-los para assumir novos desafios. Quando as pessoas sentem que a empresa acredita no seu potencial, elas respondem com mais engajamento.
Estimule uma cultura colaborativa
Ambientes colaborativos favorecem a troca, o suporte mútuo e a valorização das diversas competências. Isso reduz estereótipos e amplia o espaço para que todos possam crescer, cada um a seu modo.
Efeito Golem: o outro lado da moeda
Se o Efeito Pigmaleão é o impacto positivo das expectativas, o efeito Golem é o seu oposto: quando expectativas negativas sobre alguém acabam se confirmando justamente por causa desse julgamento inicial.
Em outras palavras, quando um gestor acredita que um colaborador “não vai dar certo”, pode agir de forma desmotivadora, e isso afeta diretamente o desempenho da pessoa. O risco? Limitar talentos, reforçar estereótipos e criar ambientes tóxicos.
Conclusão
O Efeito Pigmaleão nos lembra de algo simples, mas poderoso: muitas vezes, as pessoas se tornam aquilo que os outros esperam delas. Vale dizer que o Efeito Pigmaleão e Efeito Kolher podem até atuar em camadas diferentes da motivação, mas são complementares.
Expectativas positivas mais o trabalho em grupo sempre gera um maior potencial máximo. E por isso mesmo a combinação das duas práticas pode trazer resultados positivos expressivos ao ambiente organizacional.
Ao reconhecer o poder que as expectativas exercem sobre o desempenho, o RH pode ajudar a criar culturas organizacionais mais justas, acolhedoras e orientadas ao desenvolvimento. Ou seja, um ambiente onde cada colaborador é tratado como alguém em potencial, e não como mais um número.
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