SIPAT: aprenda como organizar na sua empresa
A SIPAT é uma oportunidade de fortalecer a segurança, a saúde e o bem-estar dos colaboradores no ambiente de trabalho

A Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT) representa um dos momentos mais estratégicos para demonstrar, na prática, o compromisso da organização com a segurança do trabalho e o bem-estar das pessoas.
Mais do que cumprir uma obrigação legal, a SIPAT bem-estruturada reforça a cultura de prevenção, reduz custos operacionais, fortalece a imagem da empresa junto aos colaboradores e ao mercado, além de contribuir significativamente para a sustentabilidade organizacional.
Neste guia da Metadados, empresa que desenvolve sistemas para RH, você vai conferir os principais pontos para planejar, executar e mensurar uma SIPAT de alto impacto.
Boa leitura!
O que é SIPAT?
Prevista na Norma Regulamentadora NR-5, a SIPAT deve ser realizada anualmente pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
Durante uma semana consecutiva, são conduzidas ações educativas abrangentes que abordam riscos ocupacionais, saúde física e mental, ergonomia, qualidade de vida e a importância do comportamento seguro em todos os níveis da organização.
O marco regulatório sugere que a SIPAT deve ocorrer na mesma semana da comemoração do Dia Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho. Ou seja, no dia 28 de abril. Contudo, a data pode ser ajustada de acordo com as possibilidades da empresa.
Vale dizer que mesmo em organizações sem exigência formal da CIPA (empresas com menos de 20 funcionários ou atividades de grau de risco 1 e 2 com menos funcionários) podem promover a semana de prevenção de acidentes de trabalho.
A legislação também estabelece conexões entre a SIPAT e outras normas, como a NR-1, a NR-4, a NR-6 (EPIs) e a NR-7 (PCMSO), criando uma cultura de segurança do trabalho.
A importância da SIPAT para as empresas
Em 2023, de acordo com dados do Ministério da Previdência Social, o Brasil registrou 732.751 acidentes de trabalho, o que significou um aumento de 26% em apenas dois anos.
Na prática, esse número representa pelo menos 83 acidentes por hora no país, evidenciando que, apesar do avanço, nossas empresas ainda enfrentam desafios quando o assunto é saúde ocupacional.
Daí a importância de ações como a SIPAT, que visam encorajar conversas e troca de informações a respeito de boas práticas de segurança do trabalho, além de trazer o setor de RH, as lideranças e toda a empresa para o centro desse debate.
Benefícios de uma cultura de segurança do trabalho
Além de tudo o que já mencionamos, ações como a SIPAT e outras similares trazem outros benefícios para as organizações, incluindo:
1. Redução de acidentes e doenças ocupacionais
A disseminação de informações estruturadas, os treinamentos práticos realizados durante a SIPAT e o reforço das boas práticas contribuem significativamente para a prevenção de acidentes de trabalho e a promoção de um ambiente mais seguro para todos.
2. Clima organizacional e segurança psicológica
Colaboradores que se sentem protegidos tendem a ser mais engajados, mais produtivos e menos inclinados ao turnover.
Uma semana de prevenção à acidentes ajuda a aumentar a segurança psicológica, e também demonstra que a empresa se importa com a integridade dos colaboradores.
3. Vantagem competitiva
Ambientes seguros elevam a produtividade, reduzem custos diretos e indiretos de acidentes e ainda fortalecem o chamado employer branding.
Tudo isso aumenta as chances de um talento preferir trabalhar na sua empresa (ou decidir manter-se nela).
4. Conformidade legal e reputacional
Estar em conformidade com a legislação previne sanções e multas trabalhistas, além de demonstrar que a sua empresa tem responsabilidade com as pessoas que fazem parte dela.
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Pilares da segurança no trabalho: prevenção e qualidade de vida
Para que uma semana de prevenção de acidentes seja bem-sucedida, o ideal é que ela realize ações integradas, que cubram alguns pilares essenciais.
Afinal, existem diferentes tipos de acidentes e doenças no trabalho, assim como diferentes abordagens para combater esse problema. O ideal é que a SIPAT cubra o máximo de ângulos possível sobre o tema.
Veja um exemplo:
Educação e capacitação
- Objetivo: garantir a compreensão dos riscos e medidas de controle;
- Ações para o RH: palestras técnicas, simulações e treinamentos.
Soluções técnicas e administrativas
- Objetivo: minimizar a exposição a riscos e padronizar práticas seguras;
- Ações para o RH: conversas sobre modernização de EPIs, ergonomia preventiva, inspeções, criação de Mapa de Riscos etc.
Cultura do cuidado
- Objetivo: desenvolver responsabilidades compartilhadas;
- Ações para o RH: mentorias sobre boas práticas de segurança do trabalho.
Saúde mental e bem-estar
- Objetivo: abordar fatores psicossociais e de saúde mental;
- Ações para o RH: palestras sobre estresse ocupacional e Síndrome de Burnout com psicólogos.
De olho nas doenças ocupacionais
Durante a SIPAT, não deixe de fora as discussões sobre as doenças ocupacionais. Afinal, para que uma empresa possua uma cultura de segurança completa, elas são tão importantes quanto a prevenção de acidentes.
Nos últimos anos, doenças como burnout, estresse e ansiedade representaram um crescimento nos afastamentos, jogando luz sobre a importância desse debate dentro das empresas.
Além disso, mais recentemente, a atualização da NR-1 passou a exigir a inclusão dos fatores de riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
Vale lembrar que os fatores que geram risco psicossocial relacionados ao trabalho podem afetar a saúde mental e física dos colaboradores. Podemos citar a NR-37, que regula as condições de SST em plataformas de petróleo, já mencionava que:
Riscos psicossociais: decorrem de deficiências na concepção, organização e gestão do trabalho, bem como de um contexto social de trabalho problemático, podendo ter efeitos negativos a nível psicológico, físico e social, como o estresse relacionado ao trabalho, o esgotamento ou a depressão
Em outras palavras: o RH não pode apenas olhar para a saúde física dos seus colaboradores, mas também deve estar atento a aspectos psicológicos, sociais e até emocionais.

Como organizar a SIPAT na minha empresa?
Após constituída a CIPA, seus integrantes, juntamente com os membros do SESMT, quando houver, e do setor de Recursos Humanos podem debater as atividades que impactarão nos problemas comportamentais de segurança do trabalho e no cuidado com a saúde do colaborador.
Confira as dicas da Metadados para organizar a sua semana de prevenção:
- Antes de tudo, converse com os seus colaboradores, anotando sugestões de temas e até de convidados para palestrarem sobre os assuntos;
- Realize reuniões para definir que equipe será responsável por promover a SIPAT, qual membro será o coordenador e como as tarefas serão divididas;
- Determine em que data a SIPAT deve acontecer;
- Escolha os temas a serem trabalhados durante toda a semana e organizar a programação;
- Programe todas as atividades dentro do horário de expediente (mas elas não precisam durar o dia todo);
- Divulgue a SIPAT com antecedência. A divulgação pode ser feita através de cartazes, avisos nos murais, e-mails, entre outros;
- Crie ações que estimulem a participação ativa dos colaboradores e despertem seu interesse e engajamento;
- Por fim, após o fim da semana, peça à CIPA para registrar em uma ata todas as reuniões realizadas sobre a SIPAT e anexar as listas de presenças de cada um dos eventos realizados.
Viu só? Não é tão complicado. No fim do dia, o mais importante é levar aos colaboradores informações de qualidade, disseminar uma cultura de segurança do trabalho e, claro, ouvir os feedbacks da equipe para realizar uma SIPAT ainda melhor no próximo ano.
Conclusão
Como vimos, a SIPAT é muito mais do que uma obrigação da empresa: é uma oportunidade de consolidar a cultura de prevenção, reduzir custos e colocar em evidência o cuidado genuíno com as pessoas.
Com um planejamento estratégico, uma comunicação assertiva e foco nos objetivos certos, o profissional de RH consegue garantir que a semana traga resultados concretos, que melhorem não só a vida das pessoas, mas também a sustentabilidade do negócio.
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