GILRAT: um guia completo para o RH
Transforme segurança do trabalho em economia e reduza custos da sua Folha

A gestão de pessoas vai muito além de processos seletivos. Profissionais de RH precisam estar atentos a indicadores que conectam o bem-estar dos colaboradores aos reflexos financeiros diretos nos resultados da empresa.
O GILRAT, ou simplesmente RAT, funciona como uma espécie de termômetro: quanto maior o histórico de acidentes e afastamentos, maior o percentual cobrado sobre a folha de pagamento.
Os números impressionam: segundo dados do Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho da Previdência, o Brasil registra cerca de 83 acidentes de trabalho por hora — o que representa mais de 2.000 mil acidentes todos os dias.
Isso significa que empresas que não investem em segurança acabam pagando mais caro por isso. Mas só investir pode não ser tudo: o diferencial está na possibilidade de transformar esse investimento em prevenção em economia.
Assim, empresas que desenvolvem uma cultura de segurança não só protegem seus talentos, mas também reduzem custos por meio de[SBdS1] alíquotas menores.
Neste guia completo, a Metadados, empresa que desenvolve sistemas de RH, simplifica o assunto para você: da definição básica à prática, ensinando como calcular o GILRAT, seus fatores de risco e muito mais.
Boa leitura!
O que é o GILRAT?
O GILRAT, ou Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho, é uma contribuição previdenciária obrigatória que tem como finalidade custear benefícios concedidos em decorrência de acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais.
Mais do que uma simples taxa adicional, o GILRAT reflete a exposição dos trabalhadores aos riscos do ambiente de trabalho e serve como um incentivo para que empresas invistam em segurança no trabalho.
Por que o GILRAT é importante para o DP?
Entender o funcionamento do GILRAT é muito importante para o setor de Recursos Humanos, já que essa contribuição:
- Afeta diretamente os custos com a folha de pagamento;
- Está vinculada à gestão de segurança e saúde ocupacional;
- Pode ser otimizada por boas práticas de prevenção;
- Envolve obrigações legais que exigem a organização documental e a precisão de dados.
O RH desempenha um papel estratégico nesse processo. Empresas que adotam uma cultura preventiva e investem em segurança tendem a pagar menos GILRAT, criando, ao mesmo tempo, um ambiente mais saudável e produtivo.
Entendendo as diferenças: GILRAT x RAT x SAT
As contribuições relacionadas à segurança do trabalho podem ser confusas mesmo. Por isso, vale destacar as diferenças entre cada um deles.
| Contribuição | Significado | Finalidade | Cálculo |
|---|---|---|---|
| SAT (Seguro de Acidente de Trabalho) | Contribuição previdenciária para cobrir custos de benefícios decorrentes de acidentes de trabalho | Financiar aposentadorias especiais e benefícios por incapacidade | Alíquota varia de 1% a 3%, dependendo do grau de risco |
| RAT (Risco Ambiental do Trabalho) | Nomenclatura antiga do SAT, ainda usada para definir grau de risco | Classificar o risco das empresas para calcular a contribuição | Risco leve (1%), médio (2%) ou grave (3%) |
| GILRAT | Nova nomenclatura do RAT com ajustes pelo FAP | Incentivar a segurança no trabalho por meio de alíquotas variáveis | RAT × FAP + FAE (quando aplicável) |
Como calcular o GILRAT?
Agora que entendemos melhor sobre o que é o GILRAT, é hora de aprender a calcular essa contribuição, considerando três fatores principais. Veja a seguir.
1. Grau de risco da atividade (CNAE)
A primeira etapa é verificar o CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) principal da empresa, que determina o grau de risco da atividade, dividido em:
- Risco leve (1%): Escritórios, consultorias e empresas de tecnologia;
- Risco médio (2%): Comércio varejista, indústrias alimentícias;
- Risco alto (3%): Construção civil, indústrias químicas e metalúrgicas.

2. Aplicação do FAP (Fator Acidentário de Prevenção)
O FAP ajusta a alíquota com base no histórico de acidentes nos dois anos anteriores. Ele varia de 0,5 a 2,0. Empresas com um bom desempenho em segurança pagam menos, enquanto aquelas com muitos afastamentos pagam mais.
3. Inclusão do FAE (adicional de insalubridade)
Se a empresa tiver colaboradores expostos a agentes nocivos, é possível que haja um adicional chamado FAE. Ele varia de acordo com a atividade e exige avaliação técnica, como o LTCAT, para comprovação.
A fórmula final do cálculo, portanto, é: GILRAT = Alíquota base × FAP + FAE (se aplicável).
A seguir, veja alguns exemplos:
Empresa com risco leve:
- Folha: R$ 200.000;
- CNAE: risco leve (1%);
- FAP: 0,8 (bom histórico);
- Cálculo: R$ 200.000 × 1% × 0,8 = R$ 1.600.
Empresa com risco alto
- Folha: R$ 150.000;
- CNAE: risco alto (3%);
- FAP: 1,4 (histórico ruim);
- Cálculo: R$ 150.000 × 3% × 1,4 = R$ 6.300.
Empresa com risco médio
- Folha: R$ 100.000;
- CNAE: risco médio (2%);
- FAP: 1,0 (histórico neutro);
- Cálculo: R$ 100.000 × 2% × 1,0 = R$ 2.000.
GILRAT ajustado: como o FAP impacta os valores
O GILRAT ajustado é o valor efetivamente pago pela empresa, já considerando o FAP. Essa é uma variável que o RH pode influenciar diretamente ao promover um ambiente de trabalho mais seguro.
Considere o exemplo de uma empresa com folha de pagamento mensal de R$ 100.000 e CNAE de risco médio (2%):
- FAP 0,8 (bom histórico): R$ 100.000 × 2% × 0,8 = R$ 1.600
- FAP 1,2 (histórico ruim): R$ 100.000 × 2% × 1,2 = R$ 2.400
Isso representa uma diferença anual de R$ 9.600. Ou seja: um valor bastante significativo que justifica os investimentos em prevenção.
Estratégias para reduzir o GILRAT
Reduzir o valor do GILRAT não é apenas possível, mas desejável. A seguir, mostramos como o RH pode atuar de forma proativa nesse processo.
1. Invista na segurança do trabalho
A implementação de programas de prevenção, treinamentos regulares, entrega e controle de EPIs, sinalização adequada e inspeções periódicas reduz a exposição ao risco e melhora os indicadores da empresa.

2. Acompanhe os indicadores de saúde e segurança
Fique atento aos números de afastamentos, às causas mais comuns de acidentes e ao cumprimento das normas regulamentadoras (NRs). Essas informações ajudam a identificar problemas e corrigi-los antes que se tornem rotina.
3. Registre e organize todas as ações
Documente tudo: treinamentos, laudos técnicos, entrega de equipamentos, exames médicos e ações preventivas. Isso protege a empresa juridicamente e fortalece a defesa em caso de fiscalizações.
4. Realize auditorias internas
Avaliações periódicas ajudam a identificar pontos de melhoria, verificar se as normas estão sendo seguidas e antecipar riscos que possam gerar afastamentos ou penalidades.
Como consultar e gerenciar o GILRAT da sua empresa?
Entender como o GILRAT impacta os encargos da sua empresa ajuda a garantir que o recolhimento das contribuições seja feito corretamente. Além, é claro, de identificar oportunidades de redução de custos com base no histórico de acidentes.
A boa notícia é que esse processo pode ser feito de forma simples e transparente, seguindo alguns passos básicos.
Passo a passo para consulta:
- Identifique o CNAE no contrato social ou consulte ao CNPJ na Receita Federal;
- Consulte a tabela de riscos da Previdência Social para verificar a alíquota base;
- Verifique o FAP no portal do eSocial ou site da Previdência Social;
- Acesse o eSocial para consultar o cálculo automático do GILRAT;
- Calcule o valor final utilizando a fórmula: (alíquota base × FAP) + FAE.
Consulta detalhada no eSocial:
- Acesse o portal do eSocial com seu certificadodigital;
- Vá em "Consultas" → "Folha de Pagamento";
- Localize a seção "Contribuições Previdenciárias";
- Encontre o campo "GILRAT" com o valor calculado automaticamente.
Documentação necessária: o que manter atualizado?
A gestão eficiente do GILRAT exige que o RH tenha fácil acesso a uma série de documentos, incluindo:
- CNAE e contrato social atualizados, sendo a base para a definição do grau de risco;
- Folha de pagamento, usada para aplicar a alíquota;
- Registros do eSocial, com os eventos de saúde e segurança (S-2210, S-2220, S-2240);
- Laudos técnicos e programas de prevenção: como o PGR, PCMSO e LTCAT;
- Comprovantes de treinamentos e entrega de EPIs, para demonstrar conformidade com as NRs;
- Relatórios de acidentes, incluindo CAT e investigações de acidentes;
- Atas da CIPA, comprovando atividades preventivas.
Ter esses documentos organizados facilita a defesa da empresa em caso de fiscalizações e ainda contribui para manter as questões preventivas sob controle.
Dúvidas frequentes sobre GILRAT
Quais empresas precisam pagar o GILRAT?
Todas as empresas com funcionários CLT devem pagar o GILRAT, independentemente do porte ou setor.
Como corrigir erros no cálculo?
Acesse o eSocial, revise os dados informados, faça a retificação necessária e, se houver diferença a pagar, quite com juros e multas.
O que acontece se não pagar o GILRAT?
O não pagamento resulta em multas, juros e pode gerar problemas na Certidão Negativa de Débitos Previdenciários.
Com que frequência o FAP é atualizado?
O FAP é calculado anualmente e publicado no Diário Oficial da União, geralmente entre dezembro e janeiro.
Microempreendedor Individual (MEI) paga GILRAT?
Não, o MEI está isento do pagamento do GILRAT.
Conclusão
Como vimos neste guia, o GILRAT é mais que uma obrigação fiscal: é um instrumento que conecta diretamente a gestão de pessoas aos resultados financeiros da empresa.
Para profissionais de RH, dominar esse conceito significa ter em mãos uma ferramenta poderosa para demonstrar o valor estratégico da segurança do trabalho.
Empresas que investem em prevenção não só protegem seus colaboradores, mas também reduzem custos e fortalecem a competitividade. Com isso, o GILRAT deixa de ser um custo e passa a ser um indicador de eficiência e resultados.
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